quinta-feira, 14 de junho de 2012

Pronunciamento feito na reunião do Conselho Universitário da UNIFESP realizado no dia 13 de junho de 2012



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Prezado Professor Albertoni, presidente do Consu, Prezados Conselheiros e Conselheiras, Prezados membros da Comunidade que nos assistem.

Gostaria de me pronunciar sobre a greve estudantil na Unifesp. Já nos reunimos com a comissão de diálogo dos estudantes do campus Guarulhos, com os comandos de greve dos campi São Paulo e Diadema, e estamos agendando a primeira reunião com o comando de greve do campus Osasco. Na nossa opinião, todas as pautas de reivindicações tem pontos muito relevantes e que visam a melhoria das condições de permanência, ensino, pesquisa e extensão em nossa universidade.

As greves em curso não são apenas legítimas, mas também compreensíveis. Com efeito, existem dificuldades na infra-estrutura em praticamente toda a universidade. E creio não ser justo e educativo responsabilizar os órgãos de controle e fiscalização, ou mesmo a legislação, pela crise. Tampouco concordo que o REUNI, como programa de Estado, tenha sido um equívoco, muito pelo contrário, o Brasil precisava desse aumento substancial de vagas públicas no ensino superior e precisa ainda mais.

Como cidadãos brasileiros, devemos saudar o fortalecimento do ministério público, do tribunal de contas da união (TCU) e da controladoria geral da união (CGU). Estamos do mesmo lado. Como gestores, contamos com o inestimável auxílio da Advocacia Geral da União (AGU). Realmente, não é fácil ser gestor público, mas felizmente temos um quadro de técnicos-administrativos extremamente competente. O que precisamos é de uma urgente e exponencial ampliação desse quadro. Essa pauta também é de todos, creio.

Também não é justo dizer que movimentos tem interesses partidários: não corresponde à realidade. Podem existir pessoas filiadas a partidos, como em todas as instâncias: os partidos políticos são legítimos e legais em nosso país, após uma dura luta política, onde muitos pagaram com a própria vida. Vale observar que esse egrégio Conselho Universitário escolheu, como representantes da comunidade externa, duas conhecidas lideranças partidárias de São Paulo.

Outro argumento que ouço e considero inoportuno, é de que “no tempo do governo FHC era muito pior”. Primeiro, não devemos nivelar por baixo as políticas educacionais. Segundo, o povo brasileiro derrotou o projeto de sucateamento da educação e do serviço público nas últimas três eleições presidenciais. Assim, o que se exige, é que o governo atual cumpra o mandato dado nas urnas.

Não devemos, assim, esperar que os estudantes aceitem condições desfavoráveis de estudo. Eles lutam por um direito! Mais do que esclarecimentos sobre a legislação, sobre a lei 8666, que não é a única responsável pelos atrasos na obras, precisamos ser sinceros, precisamos dar e mostrar encaminhamentos concretos. Mais do que esclarecer como se dá o orçamento da universidade, precisamos permitir que a comunidade universitária participe, que todos sejam atores do planejamento orçamentário.

Por fim, ressalto que baseado nos valores da PRAE, em especial o compromisso com a democracia, e o respeito à diversidade intelectual, artística, social e política, não concordamos com a repressão a nenhum movimento reivindicatório, a nenhum ato político, a nenhuma opinião política, a nenhuma pessoa. Apostamos no diálogo como único meio para solução de uma crise. Nenhum dos lados deve abdicar da mesa de negociação.

Agradecemos críticas e sugestões - estamos aprendendo fazendo, pautados nos princípios expostos. Muito obrigado.

Luiz Leduíno de Salles Neto Pró-reitor de Assuntos Estudantis da Unifesp



Fonte: http://prae.unifesp.br/noticias/173-pronunciamento-feito-na-reuniao-do-conselho-universitario-da-unifesp-realizado-no-dia-13-de-junho-de-2012




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